domingo, 3 de janeiro de 2010

Mudar

Há uma grande necessidade das pessoas de saber quem são. Bom, somos o resultado de uma série de coisas, tais como: Passado; circulo social; classe social; temperamento; experiências; os livros que lemos; os filmes que já vimos; os lugares que fomos, os que freqüentamos. As conversas que tivemos; as opiniões alheias que foram “aceitas” por nós; o quão o senso comum é absorvido pela nossa alma; idade. Enfim. Somos um conjunto de fatores externos e internos. Vivemos diariamente com a ideia básica de quem vive dentro de nós. A maioria das pessoas nunca saberá quem é. Nunca saberão quais são seus limites, quais são suas aptidões. Vive com um estranho que finge o que é pra si mesmo. Alienados na nossa mente vazia. Atordoados por aquela voz estranha e íntima que nos diz o que é certo e errado. Fingimos um monte de coisas. Escondemos lágrimas com sorrisos falsos; palavras sinceras com gestos dissimulados. Escondemos diariamente nossa fraqueza e vulnerabilidade com uma falsa postura de segurança. Mas não necessariamente somos falsos. Apenas acontece. Atuamos.

Por que viver aprisionado no seu “eu mesmo” se pode ter a livre sensação de ser quem você quiser? Eu queria mudar, ser absolutamente diferente. Uma mutação interna. Queria mudar a forma que eu vejo o mundo e não como o mundo me vê.
Mas isso vai acontecer claro. Aos poucos, dia após dia. Afinal, a única coisa que não muda é a própria mudança.  

2 comentários:

Carlos Alberto Bisogno disse...

Sinto que deveria ser como um ator que diante das situações da vida já tem em mente um texto pronto e convenientemente inserido em cada contexto. Mas chega a hora, me esqueço do texto e acabo num improviso como um canastrão inconvicto de sua cena. Assim é minha relação com a vida: ainda não consegui, em sua cena, decorar seu texto e marcações. Como um mau ator, nunca deveria ter pisado neste palco.

Najla Salih disse...

a gente sempre muda, mas demora a perceber o quanto mudamos